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Inflação preocupa.


O recuo dos preços dos produtos agropecuários no atacado e a queda das tarifas de energia elétrica, neste início de ano, deram algum alívio para alguns indicadores de inflação, mas não são suficientes para apagar a luz amarela em relação ao avanço da carestia. Segundo especialistas, apesar do recuo verificado em alguns itens, o que prevalece é, ainda, uma pressão de alta disseminada entre os vários setores da economia.


Em fevereiro, o IGP-DI mostrou queda de 0,48% dos produtos agropecuários, enquanto no IGP-M eles recuaram 1,31%. O movimento, de acordo com a economista do Santander Tatiana Pinheiro, tem a ver, principalmente, com a valorização recente do real frente ao dólar. "O IGP-M tem uma influência grande do câmbio, porque a maior parte dos preços pesquisados é de produtos comercializados externamente", disse a economista. O dólar tem se acomodado recentemente na faixa de R$ 1,95 real a R$ 2, que muitos consideram uma banda informal definida pelo Banco Central, com o objetivo de reduzir o custo de produtos importados e controlar pressões de preços.

Entretanto, esse resultado não deve trazer alívio imediato sobre a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já que ele não sofre tanta influência de produtos comercializados no exterior. E a tendência é de que o alívio seja limitado. "Apesar de os índices gerais de preços estarem com movimento bastante favorável, não necessariamente vemos isso a curto prazo no IPCA", completou Tatiana, que elevou sua projeção para o indicador de fevereiro de 0,35% para 0,40%.

As preocupações com a inflação vêm aumentando as pressões sobre o presidente do BC, Alexandre Tombini, que pode ter que assumir, em breve, o ônus de macular uma das principais bandeiras do governo, a dos juros baixos. A persistente alta de preços alimenta a expectativa de que a Selic — atualmente na mínima histórica de 7,25% ao ano — pode ser elevada ainda no primeiro semestre. Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa inalterada, mas abriu o caminho para uma eventual alta do juro básico mais adiante.

Dispersão
O que preocupa o mercado é a dispersão da pressão inflacionária sobre os diferentes setores, com destaque para o de serviços. "Tem que manter a luz amarela, até caminhando para vermelho, porque temos um quadro com 75% dos itens do IPCA mostrando alta", avaliou a economista da Tendências Alessandra Ribeiro. "É uma inflação muito generalizada, não adianta o governo dizer que vai tirar o imposto da mandioca, por exemplo", acrescentou ela, em referência aos recentes esforços do Planalto para minimizar a alta dos preços.

A redução dos preços das tarifas de energia garantiu a desaceleração da alta do IPCA-15 em fevereiro para 0,68%. Mas o índice de difusão do indicador ainda se mantém em patamares elevados. Em cerca de 71% no IPCA-15, a difusão está no maior nível desde abril de 2003, segundo Alessandra, que revisou sua projeção para o IPCA do mês de 0,33% para 0,45%.

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